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GT04 – Antropologia Digital, Inteligência Artificial e Cibercultura

Resumo: Este Grupo Temático propõe examinar criticamente as interfaces entre antropologia digital, cibercultura, humanidades digitais e inteligência artificial, reconhecendo que, ao longo das últimas duas décadas de Simpósios Nacionais, o campo CTS brasileiro se firmou como espaço de análise dos vínculos entre produção sociotécnica, desigualdades e democracia. Partindo de investigações empíricas que escrutinam desde a sociogênese das plataformas até as disputas epistêmicas em torno de algoritmos, o GT acolherá trabalhos que discutam: a) etnografias de ambientes digitais, com ênfase em metodologias híbridas e desafios éticos; b) impactos sociopolíticos da datificação da vida e da automação nas políticas de educação, saúde, trabalho e cultura; c) marcadores sociais da diferença nos ecossistemas de IA, explorando raça, gênero, classe e territorialidades amazônicas; d) histórias e imaginários sociotécnicos que informam disputas por regulação pública, soberania de dados e justiça ambiental; e) inovação social, ativismo de código aberto e práticas contra-hegemônicas de apropriação tecnológica. O objetivo é reunir e articular pesquisas recentes que, baseadas em abordagem CTS crítica, contribuam para: i) aprofundar a análise das infraestruturas digitais como arenas políticas; ii) elaborar métodos colaborativos que entrelacem etnografia presencial e rastreamento de dados; iii) produzir diagnósticos comparativos que subsidiem políticas de inclusão digital e governança algorítmica. Espera-se receber estudos de caso, ensaios teórico-metodológicos, mapeamentos de redes sociotécnicas e análises de dispositivos tecnoculturais que iluminem a multiplicidade de experiências brasileiras e latino-americanas, dialogando com perspectivas do Sul Global e refletindo sobre futuros possíveis, inclusivos e sustentáveis para ciência e tecnologia.

Coordenadores: Breno Rodrigo de Oliveira Alencar (IFPA), Joelma Fabiane Ferreira Almeida (Colégio Pedro II)
Debatedora: Kirla Korina Anderson Ferreira (IFPA)

17/09/2025 – Sessão 01

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 204 (2a andar)

Reflorestar imaginários de dados: um exercício para o século XXI – Guilherme Queiroz Alves (University of Antwerp)

Quem pode produzir dados? E, mais importante, quais dados realmente importam? Em diálogo com os Estudos Críticos de Dados e com a necessidade de sul-globalizar essa agenda, este trabalho propõe o conceito de “reflorestar imaginários de dados”, inspirado em Krenak (2022), como resposta às narrativas e estéticas hegemônicas que tratam os dados como neutros, universais e desvinculados da experiência social situada. Nas fissuras de um sistema que historicamente invisibiliza vozes periféricas, emergem práticas cotidianas de geração cidadã de dados que não apenas desafiam os regimes institucionais de verdade, mas também tensionam: i) quem pode produzir dados e ii) o que é reconhecido como conhecimento legítimo. Mais que uma metáfora, argumento que reflorestar é um chamado a cultivar imaginários plurais, enraizados em territórios, histórias e afetos. Trata-se, também, de uma estratégia analítica e política para expandir os limites do que pode ser reconhecido como evidência nos debates públicos, científicos e jurídicos. Inserida no projeto InfoCitizen (ERC), esta pesquisa analisa as políticas e poéticas da produção de dados em Organizações da Sociedade Civil no Brasil, com foco na agência de lideranças de base. A partir de trabalho etnográfico, defendo que reflorestar imaginários de dados é, sobretudo, um exercício de justiça epistêmica: uma forma de reconhecer como memórias de violência, desigualdade e exclusão moldam as formas pelas quais essas lideranças constroem suas lutas por reconhecimento, evidência e cidadania.

Política infraestrutural do ciberespaço: uma discussão acerca à regulação da Inteligência Artificial Generativa – Alessandro Novaes Pereira (UFES), Jonatan Jackson Sacramento (UFSJ)

Para o professor de ciência política, Langdon Winner, artefatos técnicos podem conter qualidades políticas, dessa forma, a tecnologia não é neutra: seu design e arranjos podem reforçar ou moldar relações de poder e autoridade — como a estreita ponte de Vitória-ES que conecta a orla da Guarderia à Ilha do Frade, dificulta a transição de pedestres e ciclistas em detrimento ao trânsito de veículos motorizados; a locomoção dos moradores da região nobre da capital capixaba torna-se mais prática, enquanto o acesso de banhistas que não possuem esses veículos é dificultado. Nesse sentido, pensar na governança da Inteligência Artificial Generativa em contextos democráticos, principalmente em um cenário de ascensão da IAGen, é crucial, de modo que exista a construção de um ambiente eleitoral cada vez mais isonômico e seguro. Por isso, o intuito deste resumo é analisar o Projeto de Lei nº 2.338/2023 (Senador Rodrigo Pacheco/PSD-MG), que bebe do Marco Civil da Internet para construção do Marco Civil da IA em um diálogo que prioriza a estrutura da participação social e a regulação dos aspectos tecnológicos. A partir de uma etnografia das controvérsias sociotécnicas, nosso objetivo é analisar quais práticas de governança e regulamentação emergem destes serviços, assim como o uso e a instrumentalização de determinados discursos no espaço cibernético em contextos como os do PL. Pensando nisso, nossa hipótese é entender quais affordances as IAs desenham e quais possibilidades de ações esses sistemas sociotécnicos possuem em sua interface e, dessa forma, a importância de sua regulamentação.

Diplomacia científica e inteligência artificial no G20 Brasil 2024 – Guilherme de Rosso Manços (UTFPR), Luiz Marcio Spinosa (UTFPR)

O trabalho analisa a articulação entre diplomacia científica e inteligência artificial no contexto multilateral do G20, com foco na edição de 2024 sob a presidência brasileira. Revisa os marcos conceituais da diplomacia científica, destacando os relatórios conjuntos da American Association for the Advancement of Science e Royal Society lançados em 2010 e em 2025, o framework europeu de diplomacia científica divulgado em 2025 e a literatura acadêmica recente. Em seguida, apresenta a estrutura operacional do G20 e seus grupos de engajamento, com ênfase no Science20 e no Youth20, dedicados respectivamente à ciência e tecnologia e às juventudes. A análise documental dos Communiqués do Science20 e do Youth20, e da Declaração de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, evidencia a crescente centralidade da inteligência artificial nas agendas multilaterais. Uma análise comparativa revela diferenças quanto à profundidade e abordagem temática em cada instância. O ensaio sugere que estudos futuros aprofundem uma análise comparada ampliada entre os diferentes grupos de engajamento do G20, investiguem o entendimento sobre o processo de construção de consenso nos espaços de negociação e explorem os mecanismos de incorporação do conhecimento científico nos processos diplomáticos.

Infraestruturas do conhecimento, redes sociotécnicas e discursos mediados por plataformas digitais: COVID-19, polarização política e democracia no contexto do Twitter/X – Marcelo de Seixas Martins (UFSCAR), Sylvia Iasulaitis (UFSCAR)

Este estudo trata das relações entre comunicação, ciência e tecnologias, inserindo-se nas discussões pertinentes ao campo Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Busca-se uma elaboração de caráter interdisciplinar que articule as diversas dimensões que compõem os fenômenos contemporâneos associados ao ambiente digital, a partir de uma perspectiva sociotécnica. A proposta apoia-se na Teoria Ator-Rede e na Cartografia de Controvérsias como caminhos teórico-metodológicos. A pesquisa aborda a complexidade sociotécnica que compõe as relações entre os discursos relativos ao tema da COVID-19 e a polarização política durante o segundo turno das eleições presidenciais brasileiras de 2022, no ambiente da plataforma digital Twitter/X. O objetivo é rastrear as ações de atores humanos e não humanos, bem como identificar as diversas dimensões que compõem tal complexidade, no que se refere a relações, vínculos e controvérsias, sustentadas por diferentes intencionalidades. A investigação busca compreender os imbricamentos sociotécnico-políticos entre as materialidades que compõem infraestruturas do conhecimento, as ações dos atores humanos e não humanos e os discursos que se estabelecem na plataforma em questão, a partir das narrativas sobre a COVID-19 no referido período eleitoral. Deste modo, espera-se contribuir com as proposições do campo CTS, na conformação de propostas teórico-metodológicas pertinentes à complexidade dos fenômenos digitais atuais, além de elucidar relações e controvérsias que envolvem as plataformas digitais, as ações e os discursos que se estabelecem nesse contexto.

Plataformas digitais e representatividade: a atuação dos influenciadores na mobilização sociopolítica dos trabalhadores de app – Pablo Henrique Martins Soares (UFPA), Daniela Ribeiro de Oliveira (UFPA)

O uso das tecnologias digitais, sobretudo das redes sociais, tem impactado as relações sociais atuais que vivemos. Em meio ao desenvolvimento acelerado das tecnologias, as redes sociais estruturam a organização social e as relações humanas. A emergência da figura “influenciador digital” no contexto da sociedade digital, alteraram a forma como os indivíduos consomem as redes sociais. Os influencers produzem conteúdos disseminados por meio de reels (vídeos curtos), post nas timelines e storys. Em março de 2024, quando foi lançado o PL 12/2024, para regulamentar o trabalho por aplicativo no Brasil, as redes sociais foram o espaço principal para repercussão e debates sociopolíticos em torno da precarização e regulamentação do trabalho por app. Os influencers digitais e políticos da categoria de motoristas e entregadores de app, foram os principais atores que pautaram e compartilharam nas redes sociais suas insatisfações ao texto do PL 12/2024. Os seguidores, que em maioria são motoristas ou entregadores de app, criam um sentimento de identificação aos influencers da categoria, assim causando o declínio e repúdio à atuação dos sindicatos em pautar as reivindicações dos trabalhadores. Esta comunicação tem o objetivo de expor a luta por representação política dos motoristas e entregadores de app e apresentar resultados da análise de dados da pesquisa empírica – análise de redes sociais, por meio do conteúdo, como: reels, story e posts – os impactos sócio político que os influencers da categoria de trabalhadores por aplicativo causam ao se consolidar como uma figura representativa.

Desigualdade Digital na Amazônia Paraense durante a Pandemia da Covid-19: “Muitos não têm nem celular, que dirá a internet!” – Ádima Farias Rodrigues Monteiro (seduc), Robert Damasceno Monteiro Rodrigues (UFPA)

Em um momento em que muito se fala sobre plataformização da vida, este trabalho versa sobre a desigualdade digital. Ele integra minha dissertação de mestrado. Esta teve como objetivo compreender os efeitos sociais, profissionais e emocionais dos arranjos políticos emergenciais praticados pelo Governo do estado do Pará na educação pública estadual durante a pandemia da COVID-19, a partir da experiência de professoras e professores da Rede Pública Estadual de Ensino no Município de Ananindeua, na região metropolitana de Belém. Na condição de pesquisadora e professora na medida que escutava as memórias de interlocutoras e interlocutores, revivia as minhas. A partir de abordagem etnográfica destaco alguns resultados: a evidência da desigualdade digital em um período em que as regras colocadas pelo Estado eram de isolamento social, com restrição na circulação das pessoas e proibição de aglomerados humanos, o que levou a suspensão das aulas presenciais nas instituições de ensino tornando a internet e qualquer equipamento que a materialize tão importante quanto a presença da professora ou do estudante para realização das aulas. Assim, contribuo com reflexões sobre como diante de um cenário em que a internet integra a vida cotidiana, milhares de adolescentes e jovens ficaram sem aulas devido à falta de acesso à internet e a equipamentos que a viabilizam, o que se agrava pela presença da desigualdade de renda, de letramento digital e a histórica desigualdade regional acentuada na Amazônia.
Palavras-chave: Desigualdade Digital, Pandemia da Covid-19, Educação Básica, Estado.

18/09/2025 – Sessão 02

  • Horário: 14:00 – 16:00
  • Local: Mirante do Rio – sala 204 (2a andar)

Ciberespaço e violência política de gênero: como o discurso de ódio contra mulheres se manifesta nas mídias digitais – Lucas Vieira Farias (IFPA), Anthony Emanuel Santos Silva (IFPA), Kirla Korina Anderson Ferreira (IFPA)

A violência política de gênero é um conceito complexo, mas que aplicado ao ciberespaço se caracteriza pelo conjunto de atos que invisibilizam a participação política feminina, sendo tais atos assédios sexuais, morais, ofensas, calúnias e outros. O objetivo deste trabalho é investigar a violência política de gênero disseminada como discurso de ódio nas redes sociais. Como metodologia, foi realizada revisão bibliográfica dos conceitos-chave da pesquisa – gênero, ciberespaço, discurso de ódio e violência política –, bem como pesquisa netnográfica nas redes sociais Instagram e X, no primeiro semestre de 2024, em busca de entender o impacto das postagens referente às mulheres em cargos políticos. Nos resultados da pesquisa netnográfica foram analisadas cinco postagens de teor odioso às parlamentares Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), bem como à Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco e à primeira-dama da República, Janja Lula da Silva. A análise indicou que a violência política de gênero casualmente é disseminada em páginas de notícias e incitada por perfis pessoais ou anônimos, e que tais comentários visam ridicularizara ou desumanizar as mulheres. Ademais, o conteúdo encontrado nos comentários também se entrelaça com outros tipos de preconceito, como o racismo, a misoginia e a LGBTQIAPN+fobia. Conclui-se que o debate sobre a violência política de gênero é pertinente pois, atualmente, o número de mulheres em cargos políticos é menor comparado ao gênero masculino e, atitudes misóginas e/ou que ferem a dignidade das mulheres contribui para esse baixo número.

“Tradwives” no Instagram e as reivindicações neoconservadoras sobre o “ser mulher” – Ana Clara Dourado Figueiredo (UFSCar)

Este trabalho busca identificar qual imagem de “mulher” está sendo transmitida dentro do Instagram por parte das “tradwives” ao compreender tais relações enquanto narrativas neoconservadoras a respeito do papel da mulher na sociedade. Para esta pesquisa, foi realizada uma etnografia ambientada no Instagram, em que alguns perfis foram observados ao longo do último ano. Foram analisadas postagens no feed, nos stories e destaques. Buscando responder à pergunta de pesquisa, também olha para os assuntos que interessam a essas mulheres e quais discursos são mobilizados por elas. Todos os perfis selecionados são de mulheres brasileiras, brancas, cristãs e que possuem acima de 30 mil seguidores. Ao decorrer da pesquisa, foi possível identificar que essas mulheres possuem muitos filhos, vivem no campo e apresentam um discurso intelectualizado com certa crítica à modernidade. Além disso, também mobilizam o tema do homeschooling e da “alimentação ancestral”. Dessa forma, ao se apresentarem a partir desses temas e com uma estética “feminina” e bucólica, papéis tradicionais de gênero são reforçados, bem como um ideal nostálgico sob o uso de tons pastéis. Além disso, a grande capacidade de viralização das redes sociais torna necessário olhar para esse grupo com mais atenção, especialmente em decorrência de suas implicações sociopolíticas. Devido a esses fatores, o fenômeno digital das tradwives vem sendo internacionalmente debatido na academia nos últimos anos. No entanto, essa pesquisa se delimita a compreendê-lo em suas especificidades brasileiras.

“Uma mãe, os clientes e algumas propagandas”: entre prestígios e estratégias de ascensão na plataforma instagram. – Nayla Etlen Fonseca de Campos (UFPA), Michele Escoura Bueno (UFPA)

Esta pesquisa busca compreender como uma influenciadora digital paraense, ao agenciar um deslizamento de reputações e prestígios, constrói narrativas e estratégias que a conduzem para uma ascensão na plataforma Instagram. A pesquisa iniciou-se através da análise de conteúdo de dados produzidos entre julho de 2021 a outubro de 2022 e a partir de uma abordagem etnográfica que buscou, primeiramente, compreender como uma trabalhadora sexual negociava seus serviços nos stories de Instagram. Ao apreender, através dessa primeira pesquisa, que essa trabalhadora, ao mostrar sua rotina como mãe, profissional do sexo e Influencer, não necessariamente negociava seus serviços sexuais, mas operava uma linha de dignificação e produção de prestígio diante dos trabalhos sexual e digital, neste trabalho construiu-se, então, o objetivo de analisar quais foram as estratégias e narrativas desta trabalhadora para alcançar uma carreira de sucesso como Influencer, mesmo com todas as dificuldades algorítmicas e os pânicos morais envolvidos quando se fala sobre assuntos a respeito de gênero e sexualidade nas redes socias. Nesse sentido, analisando as mediações feitas entre a plataforma, os “seguidores”, o trabalho sexual e o trabalho digital, investigando o que está sendo produzido através dessas relações na plataforma, resultados parciais apontam que essa influenciadora digital sobrepõe valor econômico e valor moral em seus discursos e opera uma produção de valor de si onde ideias de autonomia e liberdade são atravessadas pelo agenciamento de diferentes marcadores sociais da diferença.

Entre oposições: análises da campanha e propaganda online de duas candidatas à vereança de Belém em 2024. – Gabrielle Tavares da Silva (UFPA), Michele Escoura Bueno (UFPA)

As eleições de 2024 para o cargo de vereador, na cidade de Belém, contaram não apenas com a clássica campanha eleitoral realizada nas ruas e a propaganda em rádio e TV, como também com a propaganda online – artifício importante para o jogo político eleitoral dos últimos anos. Publicações feitas em diferentes redes sociais são uma estratégia essencial para alcançar o provável eleitor que, talvez, esteja distante das campanhas de rua. Candidatas utilizaram textos em imagens para divulgar suas propostas, vídeos de dança com seus jingles de campanha, e assim, expandiram seus discursos visando fortalecer sua base mais fiel e conquistar novas mentes e corações. Considerando a disputa intrínseca do período eleitoral e a histórica disparidade na representação feminina em cargos eletivos, este trabalho antropológico busca compreender as estratégias de campanha utilizadas por duas candidatas à vereança, pelo município de Belém, em seus perfis no Instagram. Contando com a análise das postagens feitas no feed das candidatas, entre os meses de março a outubro de 2024, em uma espécie de acompanhamento e armazenamento das publicações, foi possível chegar a semelhanças nos tipos de publicação, cronograma e postura na construção das falas das candidatas, que estão em campos opostos da política. Criar uma conexão com os apoiadores – novos ou antigos – em uma rede social exigia uma constante presença da figura da candidata, esta que jogava com todos os seus marcadores identitários, e uma criatividade que se reinventava a cada dia até a eleição.

O Tik Tok e seus impactos comportamentais e cognitivos entre os estudantes da Educação Profissional e Tecnológica em Belém/PA – Tayler Daniel Palheta Amaral (IFPA)

Esta pesquisa tem como tema central compreender os efeitos do TikTok no cotidiano dos estudantes da Educação Profissional e Tecnológica em Belém/PA. O estudo observou o tempo de exposição dos jovens ao conteúdo da plataforma e como isso pode afetar a saúde mental, a concentração e até a produtividade escolar. Investigamos especialmente o fenômeno chamado de “brainrot”, um termo que se popularizou descrever a deterioração da atenção e do raciocínio, após o consumo excessivo de conteúdos rápidos e de baixo estímulo cognitivo. Nossa metodologia envolveu pesquisa de campo com aplicação de formulários online, contando com a participação de 44 estudantes de diferentes cursos técnicos, além de uma revisão bibliográfica sobre juventude, redes sociais e saúde mental. Entre os principais resultados, observamos uma alta frequência de uso do aplicativo, tendência à procrastinação, dificuldade de foco e relatos de cansaço mental após o uso prolongado. O conteúdo mais consumido foi humor, seguido por educação e estilo de vida. Também identificamos que muitos estudantes fazem o chamado “doomscrolling”, passando longos períodos rolando a tela, sem perceber o tempo. A conclusão a que chegamos é que o uso excessivo do TikTok pode trazer efeitos prejudiciais para os estudantes, o que reforça a necessidade de debates sobre o uso consciente das redes sociais no ambiente educacional.

Os Impactos das Tecnologias Digitais no Rendimento Acadêmico de Estudantes do Ensino Médio em Belém – PA – Breno Rodrigo de Oliveira Alencar (IFPA), Sofia da Silva Sacramenta (IFPA), João Miguel Rosa e Souza (IFPA)

Nas últimas décadas, o avanço das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) alterou os modos de socialização e aprendizagem entre a juventude estudantil. O fenômeno do tempo de tela tornou-se objeto de interesse científico em razão das possíveis relações com a saúde mental e o desenvolvimento cognitivo e escolar de estudantes. Os estudos contemporâneos apresentam uma visão ambivalente sobre o fenômeno: por um lado, apontam correlações negativas entre o uso excessivo de telas e o desempenho acadêmico e cognitivo quando utilizado para fins de entretenimento; em contraste, indicam que o uso de tecnologias digitais pode ser benéfico para a aprendizagem dentro de um contexto de uso pedagógico. Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo investigar de forma quali-quantitativa, a relação entre o tempo de acesso e uso de smartphones e o rendimento escolar de estudantes do ensino médio matriculados em instituições de ensino no município de Belém/PA. Conclui-se que, isoladamente, o tempo de tela não é um preditor negativo do rendimento escolar, sendo seu impacto influenciado por fatores como finalidade do uso, regulação e qualidade do sono. A pesquisa indica que estudantes com maior exposição semanal e uso recreativo tendem a apresentar mais dificuldades escolares, sobretudo em instituições públicas, enquanto estudantes com uso educativo e rotina digital equilibrada mantêm ou melhoram seu desempenho. Dessa maneira, reforça-se a necessidade de políticas escolares que promovam o uso consciente das tecnologias e que contribuam para a equidade educacional.

Os Impactos das Tecnologias Digitais no Rendimento Acadêmico de Estudantes do Ensino Médio em Belém – PA – Sofia da Silva Sacramenta (IFPA), Breno Rodrigo de Oliveira Alencar (IFPA), João Miguel Rosa e Souza (IFPA)

Nas últimas décadas, o avanço das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) alterou os modos de socialização e aprendizagem entre a juventude estudantil. O fenômeno do tempo de tela tornou-se objeto de interesse científico em razão das possíveis relações com a saúde mental e o desenvolvimento cognitivo e escolar de estudantes. Os estudos contemporâneos apresentam uma visão ambivalente sobre o fenômeno: por um lado, apontam correlações negativas entre o uso excessivo de telas e o desempenho acadêmico e cognitivo quando utilizado para fins de entretenimento; em contraste, indicam que o uso de tecnologias digitais pode ser benéfico para a aprendizagem dentro de um contexto de uso pedagógico. Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo investigar de forma quali-quantitativa, a relação entre o tempo de acesso e uso de smartphones e o rendimento escolar de estudantes do ensino médio matriculados em instituições de ensino no município de Belém/PA. Conclui-se que, isoladamente, o tempo de tela não é um preditor negativo do rendimento escolar, sendo seu impacto influenciado por fatores como finalidade do uso, regulação e qualidade do sono. A pesquisa indica que estudantes com maior exposição semanal e uso recreativo tendem a apresentar mais dificuldades escolares, sobretudo em instituições públicas, enquanto estudantes com uso educativo e rotina digital equilibrada mantêm ou melhoram seu desempenho. Dessa maneira, reforça-se a necessidade de políticas escolares que promovam o uso consciente das tecnologias e que contribuam para a equidade educacional.

Tambor de Mina no Ciberespaço: Um breve estudo sobre a dataficação da vida de Pai Denilson de Oxaguiã. – Arlindo Figueiredo do Rosário Junior (UFPA)

Resumo
Utilizando a etnografia multissituada, propomos investigar a dataficação da vida dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, com foco no Tambor de Mina, a partir das vivências e práticas de resistência de Pai Denilson de Oxaguiã. Inspirado pela teoria de André Lemos sobre a dataficação como tradução de diversas realidades em dados operacionalizáveis, o estudo examina as relações sociais, saberes tradicionais e resistência ao racismo religioso. Nosso objetivo é estudar como as tecnologias digitais se reconfiguram a visibilidade dos praticantes de Tambor de Mina, discutindo intersubjetividade e hibridismos contemporâneos. Os resultados parciais revelam que, devido ao histórico de marginalização do Tambor de Mina, as Comunidades Tradicionais de Matriz Africana têm menor engajamento em suas redes sociais. Diante disso, observamos que as estratégias de resistência de Pai Denilson mostram como a “algocracia epistocrática” (um sistema de governança de poder pelos algoritmos) pode ser combatida pela criatividade e inovação no uso das mídias digitais, promovendo conhecimento tecnológico e saberes ancestrais. A resistência digital de Pai Denilson de Oxaguiã também é marcada por uma expressão de cultura digital que transcende estruturas de poder. Por meio de colaborações com políticos, estudiosos e artistas, e utilizando eventos presenciais e online, o sacerdote transcende fronteiras geográficas e culturais, promovendo a desobediência epistêmica e o orgulho cultural, inserindo o Tambor de Mina e os demais Povos Tradicionais de Matriz Africana em um discurso global.

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